Ipea mantém previsão de 1,1% para crescimento do PIB
OInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) manteve a previsão de crescimento de 1,1% para a economia brasileira neste ano. O boletim Visão Geral da Conjuntura, divulgado na quinta-feira (31/03), traz mudanças na composição setorial do crescimento. O setor de serviços teve revisão para cima na previsão de crescimento, que passou de 1,3% para 1,8%. Esse otimismo decorre da evolução desse setor com a expectativa de redução gradual dos efeitos da crise sanitária da Covid-19 sobre a mobilidade urbana e as atividades econômicas. De acordo com o Ipea, a recuperação do setor deverá sustentar o bom desempenho dos indicadores de emprego, gerando um efeito positivo na procura por serviços dentro do país.
Por outro lado, para o setor agropecuário houve redução na estimativa de crescimento de 2,8% para 1%. Essa queda reflete a diminuição das previsões para a produção de soja, que caiu 8,8%, mesmo com o aumento de 3,7% da área plantada.
Para a indústria, a taxa projetada anteriormente também foi reduzida, de um crescimento nulo para uma queda de 0,8%. Essa revisão decorreu do dado divulgado para o quarto trimestre de 2021, que veio abaixo do esperado.
Para os economistas do Ipea, a melhora no desempenho do setor de serviços vai compensar as quedas nos indicadores da agropecuária e da indústria, o que mantém a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para 2022, em 1,1%. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país.
De acordo com o boletim Visão Geral da Conjuntura, o próximo ano será de menos incerteza por conta do fim dos efeitos da guerra na Ucrânia e de efeitos mínimos da Covid-19, o que deve garantir uma evolução positiva das atividades ligadas a comércio e serviços.
Com isso, para 2023, a previsão é de crescimento do PIB em 1,7%. Nesse cenário, o Ipea considerou que a taxa de juros (Selic), que hoje está em 11,75%, deverá ser gradualmente reduzida a partir do início de 2023 e fechar o ano em torno de 9%. Essa redução da Selic deverá ser acompanhada pelo movimento de queda da inflação, o que deve favorecer a disponibilidade de dinheiro para empréstimos e investimentos. O Instituto também prevê que a taxa de câmbio fique estável, em relação ao fim de 2022, em R$ 5,20.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, a variação prevista em 2022 passou de 5,6% para 6,5%. Para 2023, as projeções de inflação são positivas, já que indicam a manutenção da trajetória de desaceleração, com taxas previstas de 3,6%.
Confira a Visão Geral da Conjuntura aqui.