Política

Proteção e acolhimento para pessoas idosas são debatidos

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou sessão especial para debater o trabalho de proteção e acolhimento para pessoas idosas em João Pessoa. A sessão foi proposta pela vereadora Raíssa Lacerda (Avante).

Para a vereadora, falar sobre os direitos da pessoa idosa é muito importante. “Os idosos tem sofrido muita violência e na imprensa e nas redes sociais falam muito da violência física e psicológica, mas esquecem que eles vem sofrendo também violência patrimonial e financeira. Por isso que é relevante promover esse debate na CMJP, para chamar atenção das autoridades, Ministério Público, Delegacia do Idoso, através da Casa do Povo que já possui vários projetos em defesa da pessoa idosa com leis importantes”, afirmou.

Raíssa Lacerda pontuou que seu mandato elaborou diversas leis em defesa da pessoa idosa, a exemplo da que dispõe sobre a fixação do direito a ter acompanhante nas unidades de saúde do município; outra que dá prioridade na tramitação de processos administrativos no município de João Pessoa; e mais uma que reserva assentos oferecidos ao público para idosos e pessoas com deficiência nos estabelecimentos comerciais de João Pessoa, entre outros. “A sociedade deve estar vigilante contra os abusos e garantir que haja mecanismos de denúncia e apoio às vítimas, assegurando que elas possam viver com dignidade e qualidade”, acrescentou.

O coordenador do Centro de Referência Municipal da Pessoa Idosa, Monsenhor Ednaldo explicou que todos devemos compreender a longevidade como uma dádiva de Deus. “Nas sagradas escrituras, o viver muito é uma benção. Na nossa cultura ocidental, viver certo tempo e, se não estiver mais na labuta, é descartado por não estar mais produzindo, do ponto de vista do trabalho. O viver mais e bem é um direito de todo cidadão. É preciso combater o famoso etarismo, o preconceito com a pessoa idosa, pois o envelhecimento é algo natural do ser humano”, colocou.

Por sua vez, Cláudia Siqueira, tesoureira do Sindisaúde, argumentou que de todos os crimes cometidos contra a pessoa idosa, o financeiro é um dos mais fortes. “O abandono também, a falta de atenção e carinho são muito recorrentes. O respeito tem que existir e é uma responsabilidade de cada um de nós”, defendeu.

“Há algumas décadas falar em qualidade de vida da pessoa idosa estava relacionada só à condição financeira. Quanto mais dinheiro tinha, maior era a qualidade de vida. Hoje nós temos novos conceitos, em que a qualidade de vida está relacionada ao bem estar psíquico, físico, social, espiritual e a percepção da qualidade de vida”, disse o professor de Educação Física da UFPB, Jan Alencar.

Ainda na tribuna, o Monsenhor Jaelson, membro do Centro de Referência Municipal da Pessoa Idosa, lembrou que João Pessoa é atualmente uma das cidades com um crescente número de idosos e a Paraíba vem se destacando no cenário nacional como um dos estados de maior número de população acima de 60 anos. “Defender a causa dos idosos é defender a nossa própria causa, a humana”, ratificou.

Lugânia Saraiva, conselheira do Conselho Municipal da Pessoa Idosa e diretora dos Centros de Referência e Cidadania de João Pessoa concluiu que os centros funcionam como espaços para tentar amenizar os abusos que os idosos têm enfrentado. “A violência financeira ainda é muito enfrentada pelos idosos em João Pessoa. Precisamos de garra para poder defender e fazer o valer o Estatuto do Idoso”, finalizou.

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