Assembleia discute efeitos das mudanças climáticas no semiárido
A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou audiência pública com o intuito de discutir o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A audiência foi proposta pelo deputado Chió e contou com a participação dos deputados Buba Germano, Cida Ramos, Jeová Campos e Moacir Rodrigues, e da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Divulgado em 9 de agosto de 2021, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas mostrou que o Semiárido do Brasil tem sofrido os efeitos mais drásticos que a mudança do clima tem provocado. O deputado Chió lembrou que a proposta para o debate surgiu a partir da solicitação do grupo FFF – Friday For Future (Sextas para o Futuro), formado por jovens ativistas de todo o mundo que procuram chamar atenção dos líderes mundiais para o aquecimento global. “Essa é uma preocupação da juventude mundial devido aos eventos extremos que o mundo está passado e muitas dessas mudanças são resultados de ações humanas”, alertou Chió. O parlamentar lembrou que é preciso ratificar a luta desses jovens e cobrar atos mais incisivos dos governantes, a exemplo da produção de energias renováveis e o incentivo ao uso de veículos elétricos, entre outras formas de conter o avanço do aquecimento global.
O deputado Buba Germano parabenizou Chió por promover o debate com o objetivo de ouvir especialista que possam apontar medidas de proteção do clima e, principalmente, estabelecer um esforço conjunto para proteger o semiárido paraibano. O parlamentar destacou que é de extrema importância discutir as mudanças climáticas, sobretudo, em relação aos seus efeitos no Seridó paraibano. “O mundo está discutindo mudanças climáticas e nós estamos inseridos numa área de vulnerabilidade”, disse Buba.
Incentivar a produção democrática de energia solar foi o tema destacado pelo deputado Jeová Campos. Segundo ele, é preciso tributar esse tipo de energia na produção e não no consumo, tributando justamente os grandes conglomerados, e não impedindo que os pequenos produtores de energia possam comercializá-la. “Precisamos rever esse marco regulatório. É preciso compartilhar a riqueza da energia entre a produção e o consumo. Não tem sentido o Nordeste possuir o maior índice de insolação do mundo, a exemplo de Sousa e Coremas, onde se instala um parque de energia solar e não fica nada de riqueza para o estado da Paraíba”, denunciou o deputado. Jeová acrescentou ainda que é preciso que esse tema seja amplamente discutido e para que os pequenos produtores de energia possam ser favorecidos. “Ele não pode vender o seu excedente. Temos as riquezas que são o sol e o vento, mas não podemos produzir pra comercializar. Penso que temos que coletivizar esse debate. Queremos fazer parte da produção e da riqueza desse tipo de energia”, cobrou Jeová Campos.