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Paraíba deve servir de “laboratório” para a vacina Sputnik V

Devem chegar ao Brasil, ainda esta semana, 1,1 milhão de doses da vacina Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 desenvolvido na Rússia. As doses, cuja utilização foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), serão destinadas ao estados do Nordeste, entre eles a Paraíba. Segundo reportagem do Jornal O Globo, existe a expectativa, inclusive, de que o imunizante seja aplicado em massa no município de Sousa, no Sertão paraibano, para a realização de um estudo.

Conforme a reportagem, devem receber as doses da Sputnik V todos os estados pertencentes ao Consórcio Nordeste (Pernambuco, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe), que receberam autorização da Anvisa para utilização do produto. O lote com as vacinas vai desembarcar no aeroporto de Recife (PE) e, após análise de qualidade, será distribuído aos estados.

Ainda segundo a publicação de O Globo, na prática, a Sputnik V será incorporada à imunização desses estados de maneira controlada, com estudo de sua segurança e eficácia. Essa avaliação de efetividade (que é o quanto a vacina protege para desdobramentos do coronavírus) ficará a cargo do infectologista Julio Croda, do grupo Vebra Covid-19, responsável por avaliar a eficiência em proteção da Sputnik V no Nordeste.

O pesquisador confirmou ao jornal que, dentro dessa avaliação, está prevista a imunização em massa de ao menos toda uma cidade, como ocorreu em Botucatu e Serrana, em São Paulo. Essa cidade, segundo ele, será Sousa, que possui 69 mil habitantes. Apesar da afirmação do médico, o Governo da Paraíba informou ao Jornal O Globo que não confirma a informação, acrescentando que outros imunizantes também são cotados para uso no estudo.

Polêmica

Envolta em diversas polêmicas nos últimos meses, a importação da Sputnik V e o seu uso no Brasil continuam a gerar repercussão. As primeiras doses do imunizante chegam ao país através de um processo batizado como “importação excepcional e temporária”. Um outro lote, com aproximadamente 600 mil doses, também será encaminhado para estados do Norte, ainda sem prazo determinado para chegar.

Uma das razões para esse controle detalhado de qualidade foi a dúvida levantada por técnicos da Anvisa em relação à presença de um adenovírus replicante na composição do imunizante. O vírus, com capacidade de multiplicação no corpo humano, tornaria a vacina não recomendada para uso, o que ainda divide a opinião de especialistas no Brasil.

Com a chegada desse primeiro lote, a vacina deverá ser aplicada após passar por análise preliminar no Instituto Nacional de Controle de Qualidade, ligado à Fiocruz. Integrantes do Consórcio Nordeste acreditam que esta análise ocorra em uma semana. Qualquer efeito adverso será informado em até 24 horas à Anvisa.

Ao comentar o assunto, o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), explicou que com a chegada dos imunizantes a primeira dose será aplicada em uma semana, e a segunda dose 21 dias depois, para, enfim, ter uma análise mais completa da imunização e do uso da vacina.

*Com informações do Jornal O Globo

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